quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Adoção Responsável.

6 de junho de 2016.
 Ele estava demorando para chegar, já eram nove e meia da noite. ''Uma surpresa''- ele disse.
Meu marido se aproximou com um embrulho em mãos. A história é que vindo para casa, o tal bichinho entrou debaixo do carro. No escuro , ele ligou o carro e saiu. Como era novo e mal enxergava ocasionou que o carro passou em cima de sua patinha.
No desespero, colocou-a dentro do carro e levou-a no veterinário, deixando para traz a mãezinha chorando e correndo atrás do veículo.
A dor foi grande ele relatou, mas segundo a veterinária nada aconteceu de grave e a consulta não foi cobrada em nome da boa ação. Ele voltou ao local, mas a mãe do filhote não estava mais lá. Mesmo com toda a dificuldade, sabíamos que ela não poderia ficar conosco, a casa é alugada e mesmo sendo no quintal de meus pais, eles não apoiavam isso. 
No começo, a mantemos dentro de casa, fazendo de tudo para que pudesse se acostumar conosco e esquecer de sua mãe. Foi difícil. Muitos vermes, piolho e carrapatos. Gastamos o que não tínhamos com ela. Lizzy, seu nome.
Shampoo, ração, sabonete anti-pulgas e para resultado final, um shampoo para mim que acabasse com piolhos. Na verdade eu não sofri com isso , mas foi difícil. Setenta e nove, o numero de piolhos grandes, e as lendias parei de contar depois da 39 ª.
Ela foi crescendo, demos o vermífugo e cuidamos da cadelinha que crescia demais. Um amigo deu a certeza que ela era SRD com pastor alemão, o que só se confirmou depois que ela foi crescendo. 
Bagunceira, cheia de energia, e tendo o gato da minha mãe como melhor amigo, começamos a prendê-la na lavanderia, já que por ter tanta energia , não tínhamos ideia do que fazer , porque sempre que a soltávamos, as flores de minha mãe eram destruídas.
Tantos ''probleminhas'' ocasionaram em briguinhas que viraram uma avalanche. Três meses se passaram. Conseguimos doá-la, depois de um sacrifício. Sete dias foram o que a pessoa aguentou. Apesar de tudo, a jogou na porta da casa da minha sogra como se fosse um lixo. Não podíamos deixá-la assim, se sentindo rejeitada. 
Ela veio parar aqui em casa, e quando ouviu minha voz chamando seu nome, abraçou minha perna e se esfregou pedindo carinho. Estava mais para socorro! Correu pelo quintal, tomou o banho que estava esperando e entrou no box, sozinha, esperando que ligasse o chuveiro. Ao dar boa noite, nos primeiros minutos ela chorou, depois dormiu a noite toda. É  claro que continuou aprontando e a primeira vez que eu lhe disse não, ela se escondeu. Quando eu ia lhe dar carinho ela fechava os olhos como se fosse apanhar, chorava sem eu ter feito nada, e então eu soube. MALTRATARAM ESSE BICHINHO.

Depois de algum tempo ela foi entendendo que estava tudo bem, e que eu colocaria limites sim mas que não maltrataria mais ela. Ontem,  Recebi a ligação de que uma família gostaria de tê-la, que tinham crianças e que gostariam da oportunidade.
Hoje, a buscaram e eu pude sentir a verdadeira ligação da Lizzy, ela os adorou e eles fizeram o mesmo. Trataram com merecimento.
-Antes de doar seu cachorrinho, conheça as condições da família.
- Dê recomendações, e diga a eles como o animal é para que não haja arrependimento de nenhuma das partes. 
- Não esconda o verdadeiro comportamento e personalidade do animalzinho só para poder doá-lo ais rápido.
- Tenha certeza que o amor é presente quando o dono olhar nos olhos e gostar do que vê.


LIZZY, SEJA MUITO FELIZ SUA ARTEIRA , PARABÉNS PELA SUA NOVA FAMÍLIA!


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